Por mais que todos façamos, em algum momento ou outro, tendemos a desaprovar o ato de simplesmente olhar pela janela. Se supõe que devemos estar ocupando nossa olhada com trabalhar, estudar ou fazer algo de proveitoso. A olhada é percebida como uma ferramenta que se usa para resolver coisas; alguém que olha pela janela está, então, perdendo tempo.

Mas essa procrastinação, paradoxalmente, não é para ver o que está passando no mundo afora. É, ao contrário, um exercício para descobrir os conteúdos de nossa própria mente. E, sim, para resolvermos a nós mesmos. O poeta Wallace Stevens costumava dizer que 'nem sempre é fácil notar a diferença entre pensar e olhar para fora da janela.'."

[...] É provável que achemos isso errado porque banalizamos o ato de sonhar acordado; "O potencial de sonhar acordado não é reconhecido pelas sociedades obcecadas com a produtividade", lemos em um artigo na Philosopher’s Mail. Mas o indivíduo, quase por una função biológica, busca desentranhar significados. Se não nos permitimos o tempo de olhar pela janela como um ato fundamental para entender, então nada do que façamos terá sentido. Seríamos como autômatos cumprindo tarefas que não são nossas, porque nada que não seja observado pode permanecer próximo. As janelas, portanto, são a arquitetura de uma rebelião pacífica contra o mundo automatizado. São espelhos de ar livre por onde podemos olhar sem asfixia e permitir que a creatividade voe. Olhar pela janela, então, deveria ser una tarefa incentivada pelos escritórios e um acontecimento diário.

Texto traduzido do espanhol. Acesse o original aqui.

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